Can Entrepreneurs Be Made? Empreendedores podem ser feitos sim.
Este post foi escrito por Augusto Camargo, fundador da Fuzzy Internet Solutions em 1997, empresa focada na criação de projetos web, e vendida em 2004 para Cadmus. Augusto também é fundador da Adrenax Capital e CEO da Makesys. Augusto escreve em um blog pessoal augustocamargo.com
Cheguei no artigo Can Entrepreneurs Be Made? do Vivek Wadhwa no TechCrunch por um tweet do Steve Case.
Concordei com ele.
Horas depois vi um retweet do Mario do Chris Dixon que era um retweet do Mike Hirshland, todos concordando que a visão “Empreendedores podem ser criados?” só poderia vir de acadêmicos.
Discordo deles.
Bem, ainda ficando no mundo dos acadêmicos, na tese A Carreira do Empreendedor há uma tabela bem interessante sobre a definição de Empreendedor:
Idade Média | Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande escala. |
Século XVIII | Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. Richard Cantillon – pessoa que assume riscos é diferente de que fornece capital. |
1803 | Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados dos lucros de capital. |
1876 | Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles que obtenham lucro com habilidades administrativas. |
1934 | Joseph Schumpeter – o empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. |
1961 | David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. |
1964 | Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. |
1975 | Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos, e aceita riscos de fracasso. |
1980 | Karl Vésper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, negociantes e políticos. |
Se compilarmos o Houaiss chegaremos a uma definição de empreendedor negando a definição de malandro. Empreendedor é:
- aquele que trabalha, que emprega recursos engenhosos para sobreviver;
- aquele que NÃO leva a vida em diversões, prazeres;
- aquele que NÃO tem preguiça; NÃO É indolente;
- aquele que NUNCA furta, que NUNCA vive fora da lei; que NÃO É ladrão, gatuno ou marginal;
- aquele que decide realizar (tarefa difícil e trabalhosa); tenta;
- aquele que põe em execução; realiza;
Sobre “ser feito”, o Outliers do Gladwell dá uma dica interessante: “10,000-Hour Rule”.
Mas e quem nasce com um dom?
O empreendedor de sucesso não seria uma pessoa que nasceu com um dom? Sim e não. Um Jobs, um Gates, os Google Boys devem ter nascido com algum dom especial sim ou com sorte (tem diferença?). Mas existe centenas de milhares de outros que podem ter nascido com um dom ou desenvolveram a habilidade de empreender.
Minha opinião é que empreender é um estado de espírito, de humor, ou tentando buscar uma definição mais ténica, um estado semelhante a mania. Longe de mim dizer que os empreendedores são bipolares. Eu acredito na cura química e psicológica de vários estados enfermos da mente. Acredito também que ela pode ser alterada, melhorada e direcionada. Para isto, basta que o individuo queira.
Vejo “o querer ser empreendedor” como a um comportamento plástico do fenótipo.
O assunto é vasto e polêmico eu só pretendo deixar a gangorra um pouco mais inclinada para a possibilidade do homem poder escolher ser um Empreendedor.
A “10,000-Hour Rule” é ótima, mostra que o segredo é trabalhar duro. Mas não entenda trabalhar duro com se matar de trabalhar, trabalhar duro está mais para um trabalho contínuo e perseverante do que para um trabalho de zilhares de horas num tempo curtíssimo.
A “10,000-Hour Rule” é ótima, mostra que o segredo é trabalhar duro. Mas não entenda trabalhar duro com se matar de trabalhar, trabalhar duro está mais para um trabalho contínuo e perseverante do que para um trabalho de zilhares de horas num tempo curtíssimo.